A CAMINHADA DA CONGREGAÇÃO NO BRASIL

 

Onde estamos:

Atualmente, o trabalho das Irmãs de Nossa Senhora Cônegas de Santo Agostinho está presente em vários estados do país: Amazonas (Manaus); Maranhão (Lago do Junco); Ceará (Juazeiro do Norte); Paraíba (João Pessoa); Brasília (Distrito Federal); Goiás (Goiânia); São Paulo (Capital e Santos); Minas Gerais (Cambuí) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre e Erechim), além de uma comunidade na tríplice fronteira Brasil, Peru  e Colômbia.

 

Atuação da Congregação em Erechim (RS):

«Vá, faça-o crescer»!

A Congregação de Nossa Senhora iniciou sua missão educativa no ano de 1957 em Erechim – RS, a pedido do Bispo Dom Cláudio Colling. No ano de 1958, com a chegada de cinco Irmãs vindas de São Paulo, foi construída uma escolinha de madeira do 1º. ao  4º. ano do antigo primário. Pouco depois, a pedido de jovens professoras que trabalhavam no meio rural e se preocupavam com uma educação humana e libertadora, foi fundada a Escola Normal Regional Santo Agostinho, que atendia crianças de 1º. ao  4º. ano em grupos multisseriados.

A Escola Normal atendeu duas formaturas e, em 1970, foi vendida para um grupo educacional. As Irmãs passaram, então, a estudar e trabalhar nas escolas públicas. Algumas Irmãs ajudavam nas paróquias e outras, nos movimentos populares e sociais, tendo como base o Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), especialmente com as mulheres trabalhadoras rurais e os sindicatos. Esse trabalho fez as Irmãs se sentirem mais próximas do povo.  Em 1985, elas passaram a morar em Barão de Cotegipe, continuando como educadoras e missionárias.

No ano de 1998, passaram a residir em bairros do município de Erechim. Foram alugadas duas pequenas casas, onde elas atendiam crianças de 1ª a 4ª série com reforço escolar e aulas de artes no contraturno da escola. Essas atividades prosseguiram até o ano de 2010, quando, foi construída uma nova sede que atendia crianças e adolescentes com oficinas de música, artes, informática e reforço escolar.

Ao longo dos anos, o Centro Educacional Santo Agostinho – CESA -, como passou a ser chamado, vem oferecendo oficinas, para mulheres vulneráveis e outras mulheres dos bairros vizinhos, de crochê, patch costura, patch bordado, costura básica e alfabetização de adultos.

As Irmãs participam, ainda, do Conselho Municipal de Assistência Social (COMAS) e do Conselho Municipal de Crianças e Adolescentes (COMDICAE).

Imagens Centro Educacional Santo Agostinho

 

Missão das Irmãs em Goiânia (GO):

Em 1982, a Irmã Pompéa Bernasconi foi convidada por D. Tomás Balduíno para iniciar as atividades periódicas em Goiás, na Comissão Pastoral da Terra e junto às juventudes do meio popular. Em 1985, com a chegada da Irmã Iolanda Setúbal, formou-se a primeira comunidade em Goiânia, que foi se modificando com a chegada e a saída de outros membros.

Desde o início, a missão em Goiânia está alicerçada na metodologia da Educação Popular:

Na CPT – Comissão Pastoral da Terra –, com presença solidária, profética e afetiva junto aos pequenos camponeses, comunidades tradicionais e quilombolas, com trabalho de base, assessoria e processos coletivos.

No CEBI – Centro de Estudos Bíblicos –, promovendo a leitura popular e orante da Bíblia para fortalecer a mística dos que lutam para a transformação social e uma espiritualidade integradora das diversas dimensões da vida. Bíblia e Ecologia; Bíblia e Economia Solidária; Bíblia e minorias excluídas; A mulher na Bíblia; A família na Bíblia; Bíblia e Adolescentes e Crianças: Bíblia e Juventudes e outras abordagens.

No MAC – Movimento de Adolescentes e Crianças –, Evangelização e Organização das crianças e adolescentes que vão tomando consciência da importância do que fazem e dizem, desenvolvendo-se como sujeitos críticos.

Na Rede Um Grito pela Vida, que atua no enfrentamento ao tráfico humano, ao abuso e exploração de crianças e adolescentes.

Na Periferia – com grupo de mulheres e práticas integrativas e complementares em Saúde.

Atuação das Irmãs da CNS-CSA em Goiânia

 

Atuação na Comunidade dos Ipês, em João Pessoa (PB):

Desde o início, em 1989, a Comunidade optou por atuar junto a movimentos, entidades, organizações e/ou articulações locais, na meta da Educação Popular, o que justifica a inexistência de obras sociais específicas da Congregação no Estado da Paraíba. No entanto, a EQUIP – Escola Quilombo dos Palmares (oficializada em 1987) e a Rede de Educadores Populares do Nordeste (criada em 1995) e o CEBI – Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos, entre outras entidades, foram fundamentais na vida, na missão e na atuação das Irmãs até os dias atuais, como espaço de trabalho e de parceria. No campo da Educação Popular, a necessidade aponta caminhos e os indicativos são captados no percurso.

A atuação da Comunidade nos últimos tempos inclui:

  • Produção, publicação e atuação literária em universidades, escolas municipais e estaduais, grupos de mulheres e penitenciárias.
  • CTP – Projeto Cantando nos Terreiros do Povo, com o objetivo de levar música e resgatar cultura no meio rural paraibano, assentamentos rurais e escolas do interior.
  • Clube do Conto – grupo de incentivo à leitura e à escrita literária – “todos somos capazes”.
  • Mulherio das Letras: articulação criada em João Pessoa a partir de um encontro de mulheres; atualmente é internacional.
  • Apoio e participação política em diferentes níveis: manifestações, passeatas e reivindicações políticas junto a grupos e entidades locais.
  • Realização e participação em conferências, entrevistas e lives sobre temas em Literatura, Direitos Humanos e cidadania, direitos sociais, crianças e adolescentes.
  • Acolhida, apoio e orientação a estudantes estrangeiros, especialmente africanos e haitianos, com aulas de língua portuguesa, orientação universitária e colaboração nos trabalhos.
  • Minha casa é aqui”: atuação social e educativa com lavadores de carro, dependentes químicos e moradores da nossa rua.
  • Grupo virtual da vizinhança “Nossa Rua”, que estimula comunicação, contatos, cuidados e proteção entre vizinhos, denúncias e reivindicações necessárias.
  • Apoio e acompanhamento de casos em longo prazo a mulheres vítimas de violência doméstica e maus-tratos.
  • Coordenação, participação e apoio a grupos e entidades da sociedade civil, educativas, de Direitos Humanos e Cidadania, como, por exemplo, debate sobre os 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), série de cursos “somos saberes”, literatura, saberes, etc.
  • Participação ativa nos serviços, eventos, atividades e Assembleias da Congregação em diferentes instâncias.
  • Atividades de apoio emergencial a pessoas prejudicadas pela ação do Covid-19, sobretudo mulheres, como na Campanha “Irmandade entre mulheres”.
  • Manutenção da vida diária da comunidade, inclusive com cuidados intensivos com a saúde das Irmãs idosas.
Atuação das Irmãs da CNS-CSA na Comunidade dos Ipês (PB)

 

Manaus:

Na cidade de Manaus, capital do Amazonas,  existem duas comunidades de Irmãs da Congregação de Nossa Senhora – Cônegas de Santo Agostinho. Todas as Irmãs colaboram na formação de lideranças da paróquia Nossa Senhora Mãe da Misericórdia e desenvolvem trabalhos com jovens no Projeto de Vida, que consistem em orientar adolescentes em suas escolhas para o futuro. As Irmãs também apoiam o Centro de Artes Ir. Yolanda Setúbal (CAIYS), espaço de atividades socioeducativas para crianças e jovens que existe há 20 anos. A missão das Irmãs também se dá nos espaços de trabalho profissional. Uma das Irmãs, por exemplo, é professora na Universidade Federal do Amazonas, enquanto outra trabalha no centro de Referência de Assistência Social (CRAS) como psicóloga. Como religiosas, participam das programações da Conferência das Religiosas do Brasil (CRB), especificamente da Regional AM/RR. Na CRB integram grupos de reflexão e equipes de coordenação de serviços específicos, além de redes da sociedade civil, como a Rede Maniva de Agroecologia e a Rede Caminhos de Esperança (do Centro de Juventude Cajueiro), entre outras.

 

Missão Irmã Sueli Belatto – Brasília:

“Minha missão em Brasília, no Distrito Federal, é fazer amigos e amigas, ouvir e, sempre que eu puder, dispor de minha experiência, meus acertos e também meus erros para efetivar uma solução ou até mesmo um ensaio de solução.

Deus me permitiu, nestes 28 anos de Brasília, viver muitas experiências a partir da opção da defesa dos direitos humanos e, posteriormente, da defesa da democracia. Já participei de ocupações no setor de defesa dos direitos humanos e direitos difusos da Procuradoria Geral da República; na defesa dos direitos humanos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal; e na Comissão de Anistia – que considero, ao lado da Comissão de Mortos e Desaparecidos,  os primeiros laboratórios, a nível federal, a cumprir o resgate do direito das vítimas e da sociedade em geral à justiça, à memória e à verdade. Esses caminhos percorridos me levaram ao mestrado, que concluí em 2012 no Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade de Brasília.

No campo da Igreja dois espaços alimentaram minhas buscas de Deus e de serviço ao próximo. O primeiro foi a Comissão Brasileira Justiça e Paz- CBJP, à qual estive vinculada por mais de vinte anos até o ano passado. No ano de 2015, criamos o Observatório Político da CBJP para analisar a conjuntura e buscar formas de incidência na realidade. Faço parte da equipe de coordenação do Observatório. O segundo espaço que sempre animou minha vocação e minha espiritualidade é a Conferência dos Religiosos do Brasil, mais exatamente a regional de Brasília, para a qual fui eleita coordenadora em 2018. Esse serviço tem me trazido muita alegria e novos amigos. Também atuo na CRB Nacional, por meio da Equipe Interdisciplinar, que formula reflexões e proposições para as instâncias da CRB.  Vivo a alegria de ainda poder compartilhar o seguimento de Jesus Cristo ecumenicamente e poder realizar muitas atividades com irmãos e irmãs de confissões religiosas distintas.

Grande é a contribuição que a Rede Social de Justiça e Direitos Humanos realiza há mais de 20 anos, assessorando entidades dos movimentos sociais e produzindo anualmente o Relatório de Direitos Humanos. Componho o Conselho deliberativo há muitos anos, ajudando na elaboração do Relatório e na articulação do reconhecimento às pessoas que se destacam na defesa dos diretos humanos.

O resultado deste percurso é o grande número de amigos e amigas que angariei e a maior possibilidade de fazer as mãos se encontrarem e se ajudarem.

Faz parte do meu compromisso e também do serviço lúdico apoiar e incentivar a comercialização dos produtos orgânicos dos Sem Terra. Participo das campanhas de solidariedade, encaminho denúncias e me engajo nas lutas por água, medicamentos, internações, reforma agrária, demarcação de terras indígenas e regularização dos territórios quilombolas.

Outra participação são as assessorias a um Grupo, Faculdade, serviço pastoral ou Congregação que solicita uma reflexão sobre direitos humanos e exercício da democracia.

Por fim, sobram-me razões para cultivar as amizades com visitas e, neste tempo de isolamento social, se fazer presente pelos telefonemas, mensagens e até alguma cantoria de aniversário na frente das portas e janelas.”