Artigo: Maria Angélica Rodrigues de Sousa*

A rápida evolução das tecnologias digitais tem sido uma das grandes marcas de nosso tempo. Essas mudanças produzem impactos profundos em nossa sociedade e, é claro, na formação e educação de nossos jovens. Uma pesquisa realizada pelo portal Porvir[1] ouviu 132 mil estudantes brasileiros e concluiu: nossos jovens desejam estudar em uma “escola com currículo mais diversificado e flexível, em que se aprende com atividades práticas e tecnologias, em espaços físicos dinâmicos e variados”.

Neste mesmo sentido, a neurociência – que em muito tem contribuído nas contemporâneas reflexões sobre educação – aponta que durante uma aula expositiva a atividade neural de um aluno é bastante baixa, sendo a mesma registrada enquanto uma pessoa assiste televisão[2].

 

Embora também válidas, as aulas expositivas têm alcance limitado e fazem mais sentido em uma sociedade em que a informação não tem livre circulação, realidade não vivenciada por nossos jovens, que têm acesso amplo à informação em alguns cliques. Logo, tais aulas devem estar atreladas a outras estratégias de ensino-aprendizagem que coloquem o aluno em posição mais ativa, sendo ele o foco deste processo. Uma série de pesquisas realizadas nas últimas décadas têm ressaltado a eficácia das metodologias ativas para o desenvolvimento da autonomia intelectual de crianças e adolescentes[3].

Segundo o professor doutor em Educação pela USP José Morán, no artigo Mudando a educação com metodologias ativas (2015, p. 23), “um bom professor pode enriquecer materiais prontos com metodologias ativas: pesquisa, aula invertida (o aluno pesquisa primeiro em casa e depois tem exercícios, explicações e mediação do professor), integração sala de aula e atividades online, projetos integradores e jogos ” ampliando o conceito de sala de aula. Os alunos trabalham mais em grupos cooperativos e constroem juntos seu aprendizado, atuando diretamente no mundo real e virtual.

A partir dos diagnósticos de algumas dificuldades de aprendizagem enfrentadas por nossos alunos, estamos buscando inserir paulatinamente – de modo que isso seja feito de maneira organizada e responsável – metodologias ativas em nosso cotidiano escolar. O projeto interdisciplinar e algumas atividades desenvolvidas em classe têm sido propostas neste sentido. Desejamos, com isso, formar jovens mais autônomos e capazes para agir positivamente no mundo ao seu redor, comprometidos com uma educação ética e fraterna, afinal, “Bem a todos e mal a ninguém ” é o lema de nosso colégio!

 

*Maria Angélica Rodrigues de Sousa, Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental II – angelica.rodrigues @redealix.org.br

 

[1] Disponível em http://porvir.org/aulas-agradam-so-1-em-cada-10-jovens-pedem-mais-atividades-praticas-tecnologia-na-escola/ . Acesso em 02 de junho de 2016.

[2] Disponível em http://porvir.org/neurociencia-coloca-em-xeque-aula-tradicional/. Acesso em 02 de Junho de 2017.

[3] Para saber mais: Aprender com os colegas é mais fácil, eficiente e divertido.  Disponível em http://educacao.estadao.com.br/blogs/ana-maria-diniz/aprender-com-os-colegas-e-mais-facil-eficiente-e-divertido/. Acesso em 02 de junho de 2016.